ONDAmor de mãe

ONDAmor de mãe

Por Cláudia Moraes
Vice-presidenta da ONDA-Autismo


Falar sobre a maternidade dentro da ONDA-Autismo é também falar sobre a diversidade.
Embora digam que mãe é tudo igual, na ONDA, é superlindo vê-las tão diversas. Algumas são “mainhas”, outras são “mamis”, outras ”mãesssxxxx”, outras “mamães”, outras “mãe, e daí?” E temos até as “mom” no nosso Conselhos Internacional.
O termo “mãe guerreira” é sempre tão complexo e combatido por alguns militantes da causa… Na ONDA, isso é intrínseco a cada uma. Quer se denominar mãe guerreira? Pode. Não quer? Pode também. Enfim, todas são respeitadas.
Temos um bom número de mães solo, que abraçam a educação dos filhos autistas e ainda se doam no trabalho voluntário dentro da entidade, assim promovendo os filhos de outras mães.
Estão sempre prontas a dividir aquele “jeitinho materno” de cuidar de uma gripe, de ensinar o desfralde, de dar a receita daquele chazinho que acalma.
No TEAcolher principalmente, essas trocas acontecem, e umas servem de exemplo para as outras e se apoiam mutuamente nas horas felizes e tristes.
As mães autistas são um capítulo a parte em nossa entidade! Não por serem diferentes pelo autismo, mas por nos fazer reparar todos os dias nos erros da ciência quando diziam que pessoas autistas não eram empáticas e amorosas, que eram centradas em si mesmas. As mães autistas são o mais belo exemplo de doação, porque superam até suas próprias características e condições para proteger e cuidar dos filhos. Queria citar aqui os nomes de todas para mostrar mais concretamente a minha admiração, mas, por serem tantas, não posso cometer o erro de esquecer o nome de alguma, todas são mães maravilhosas.
Na ONDA, temos mães que são donas de casa, mães terapeutas, mães professoras, mães enfermeiras, mães secretárias, mães artesãs, mães manicures, mães advogadas, mães que exercem as mais diversas profissões e fazem delas canal de conscientização do TEA.
A maternidade diversa nos dá grandes exemplos todos os dias, tanto na beleza de ser mãe, quanto nos impulsiona a agir, a buscar projetos e meios para que a maternidade não seja sinônimo de exaustão e estresse.
Falei aqui de toda a neurodiversidade materna que existe na ONDA, mas dois segredinho sobre elas preciso contar, todas elas dizem assim para os filhos: “você não é todo mundo”, “se eu for aí e encontrar, vou esfregar na sua cara”, “leva sombrinha porque vai chover”, “se agasalha, menino!”
E todas elas morrem de amor pelos sorrisos dos filhos, explodem de alegria a cada avanço e sorriem da maneira mais terna quando os filhos desviram os chinelos para que elas vivam pra sempre!

Um Feliz Dia das Mães neurodiverso para todas vocês!